A varicela, mais conhecida como catapora, é uma doença causada pelo vírus herpes zoster, que acomete principalmente crianças. A forma mais comum de contágio é pelo contato dessa partícula viral – presente na saliva, espirro, tosse ou mesmo na fala – com a via inalatória ou a mucosa oral do indivíduo. A transmissão também pode acontecer por meio da inoculação direta, ou seja, quando as mãos têm contato com vesículas contaminadas de alguma pessoa doente e infectam a via aérea ou mucosa oral, ou indireta, pelo contato com roupas ou superfícies que foram utilizadas pela pessoa doente.
Quais os principais sintomas da catapora e como é feito o diagnóstico?
Normalmente, o paciente desenvolve vesículas ou bolhas, em geral, de conteúdo claro e com as bordas avermelhadas. Essas bolhas, que surgem na pele de todo o corpo, inclusive no couro cabeludo, boca e outras mucosas, aparecem em surtos, ou seja, várias ao mesmo tempo, vêm acompanhadas de febre baixa a moderada com duração média de quatro dias. Outra característica da doença é que ela é polimórfica, ou seja, o paciente tem lesões de pele em vários estágios diferentes ao mesmo tempo: vesículas com conteúdo claro, às vezes um pouco mais turvo e já com crostas secas. O diagnóstico da doença é, basicamente, clínico, embora exista a possibilidade de confirmação sorológica.
Qual o tratamento adequado?
Nas crianças pequenas, não é indicado qualquer tratamento, nem mesmo os conhecidos banhos de permanganato, que, quando mal diluído, pode causar queimaduras na pele e acrescentar morbidade à doença. O ideal é fazer a higiene adequada da pele, com água e sabão, durante o banho habitual, e cortar bem as unhas da criança para que ela não coce as vesículas e corra o risco de infeccioná-las. O tratamento específico com a medicação, que é o aciclovir, só é indicado em adultos ou pacientes acima dos 12 anos, pois a taxa de complicação da doença costuma ser maior.
Como se prevenir?
Já existe vacina para a doença. Ela é relativamente nova, mas acaba de entrar no Calendário Nacional de Vacinação do SUS, compondo a tetra viral, que também protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Segundo o Ministério da Saúde (MS), na rede pública ela está disponível somente para crianças de 15 meses de idade que já tenham recebido a primeira dose da tríplice viral e deve reduzir cerca de 80% das hospitalizações por varicela. Além da dose que deve ser dada ainda no primeiro ano de vida, a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam o reforço da vacina entre os quatro e seis anos de idade. Ele é importante para prevenir completamente a doença, pois a dose única gera, em alguns casos, uma imunidade que não impede que a pessoa manifeste a doença, ainda que numa forma mais branda.